Ata do Copom destaca riscos externos após aumento da Selic e impacto limitado de novo crédito consignado
Publicado em 13/05/2025
Na última quarta-feira (7), Banco Central elevou a taxa básica de juros para 14,75% ao ano; colegiado manteve em aberto seus próximos passos
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central indicou nesta terça-feira (13) que seguirá com cautela em suas próximas decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 14,75% ao ano — o maior patamar desde 2006. A ata da reunião, realizada na semana passada, mostra que o comitê vê sinais iniciais de desaceleração da atividade econômica, em linha com o efeito esperado da política de juros elevados, mas destaca que os riscos para a inflação seguem elevados e o cenário global continua incerto.
Segundo o Copom, a alta dos juros já tem provocado impactos no crédito, no câmbio, nos balanços das empresas e em indicadores do mercado de trabalho. Esses efeitos, considerados necessários para levar a inflação à meta de 3%, devem se intensificar nos próximos trimestres. A meta é considerada cumprida se o IPCA variar entre 1,5% e 4,5%. Apesar da expectativa de desaceleração, o comitê destacou que o cenário atual “prescreve” uma política monetária em nível “significativamente contracionista” por um período prolongado.
A ata também mencionou a recente criação do crédito consignado privado — modalidade que permite desconto automático em folha de pagamento de empresas privadas — como um fator que eleva temporariamente a renda disponível da população ao trocar dívidas caras por mais baratas. O Copom reconheceu um possível impacto positivo no crescimento, mas considerou o efeito inicial limitado e ainda cercado de incertezas, já que o programa está em fase inicial. Além disso, o comitê alertou que essa medida pode representar uma mudança estrutural no mercado de crédito, o que exigirá acompanhamento contínuo para avaliar seus efeitos sobre a atividade econômica e o combate à inflação.
O Copom destacou que o estímulo fiscal dos últimos anos segue pressionando a economia. Embora uma política fiscal que ajude a reduzir o risco-país e atue de forma contracíclica possa colaborar com o controle da inflação, o comitê vê a atual postura do governo como expansionista, o que dificulta a atuação da política monetária. Economistas concordam que os estímulos fiscais continuam sendo um dos principais riscos de alta para a inflação. O colegiado também chamou atenção para o ambiente internacional incerto, com destaque para a política comercial dos Estados Unidos — em especial as novas tarifas impostas por Washington — que podem afetar cadeias globais de produção e impactar decisões de investimento e consumo em diversos países.
Na avaliação do BC, esse cenário exige ainda mais cautela na condução da política monetária no Brasil, especialmente em um momento em que os ativos financeiros globais estão mais voláteis e a inflação internacional pode variar de forma desigual entre os países. Diante de tantas incertezas, o Copom manteve em aberto seus próximos passos. Parte do mercado aposta na manutenção da Selic em 14,75% na próxima reunião, enquanto outra parte não descarta uma alta residual de 0,25 ponto percentual, caso os riscos inflacionários aumentem. O comitê enfatizou que a decisão dependerá da evolução dos dados econômicos e seguirá guiada pela busca da convergência da inflação à meta.
Fonte: Jovem Pan - 13/05/2025
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